Você conhece os benefícios do uso da cannabis para Alzheimer?
A doença de Alzheimer é a demência neurodegenerativa mais comum dos idosos com idade mais avançada. Infelizmente é uma doença progressiva que inicialmente causa alteração da memória, da personalidade e da capacidade de se localizar no tempo e espaço por exemplo. À medida que o quadro evolui, a pessoa pode apresentar:
- dificuldade para falar
- dificuldade para fazer atividades simples do cotidiano (como cozinhar)
- insônia
- irritabilidade
- confusão mental
- agitação
- agressividade.
Já nos estágios mais avançados, surgem a dificuldade para comer e andar, bem como incontinência urinária e fecal, progredindo para um quadro em que o paciente fica totalmente acamado e dependente do outro.
O tratamento convencional consiste em retardar a evolução da doença com medicamentos anti-colinesterásicos como a Rivastigmina, Memantina, Donepezila, Galantamina. Em 2021, o Aducanumabe (injetável) foi aprovado nos Estados Unidos com alto poder de redução das placas de amiloides que se acumulam no cérebro do paciente com Alzheimer, entretanto a indicação deve ser bem ponderada considerando o risco-benefício desta medicação.
A boa notícia é que aliado ao tratamento convencional, muitos pacientes têm apresentado bons resultados com cannabis medicinal.
O sistema endocanabinoide é um dos muitos sistemas de neurotransmissores afetados pela doença de Alzheimer. Há uma alteração na expressão e função dos receptores endocanabinoides CB1 e, quando a doença piora, também alteração na expressão dos receptores CB2, provavelmente relacionados a piora da neuroinflamação.
Os fitocanabinoides canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC), e os endocanabinoides anandamida e 2-AG, atuam nos receptores CB1 e CB2 e também, em uma variedade de outros receptores canabinoides, como TRPV1, PPAR, dopaminérgico, glutamatérgico, gabaérgico, acetilcolinérgico e têm demonstrado redução da neuroinflamação e do estresse oxidativo, além de promover neuroproteção.
Fórmulas de espectro total de CBD, THC e também com outros derivados da planta Cannabis como os terpenos beta-cariofileno e linalol têm sido utilizadas no tratamento para doença de Alzheimer.
Muitos pacientes com doses baixas de THC têm apresentado menos agitação e melhora do apetite, do sono, do hábito intestinal e da dificuldade para engolir.
Para os pacientes que apresentam alguma restrição ao uso de THC, bons resultados também ocorrem com canabidiol de espectro total. Portanto, é evidente que a cannabis medicinal é uma planta com potencial terapêutico excelente para a doença de Alzheimer.
Vale lembrar que cada paciente possui um sistema endocanabinoide único, por isto é sempre indicado um acompanhamento contínuo com fácil acesso ao médico, iniciando com doses baixas e aumentando lentamente para ter melhor adaptação a este tratamento complementar inovador e melhores resultados.
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